Nesta edição 56 da newsletter MENOS É MAIS!, será abordado o tema fragmentariedade em microcontos. Mas o que é fragmentariedade?
Fragmento é um pedaço de alguma coisa, uma parte. Ao considerarmos que o microconto poderia ser um fragmento de um conto ou romance, isso pode até acontecer. Mas nem sempre. Ao conceber uma obra, seja conto ou romance, o autor não está pensando em microconto. Um determinado fragmento pode até ser um microconto. Outro, não.
Vamos exemplificar com alguns fragmentos extraídos do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
Capa do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, com ilustração de Cândido Portinari. Uma rara edição, publicada em 1944, para a Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil.
Fragmentos
A seguir, são apresentados quatro fragmentos do romance:




Nem tudo está nas mãos do leitor. Ao leitor, não é permitido transformar qualquer coisa em microconto. Se o fragmento puder ser lido como um texto com as especificidades de um microconto, o leitor irá preencher as lacunas, tornando-se um coautor do texto. Caso contrário, o fragmento não é considerado um microconto. Para fazer sentido, o leitor irá precisar de informações precedentes e subsequentes ao fragmento. Neste caso, essas informações dependem do contexto do qual foi extraído o fragmento.
E então? Você seria capaz de identificar, nos quatro fragmentos acima, qual (ou quais) deles são microcontos e qual (ou quais) não são? Responda nos comentários!
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Até a próxima!
Em tempo: os fragmentos aqui apresentados, bem como o conceito de fragmentariedade, foram extraídos da tese “Pequeno como um dinossauro: microconto, um gênero autônomo”, de Vanderley de Souza.
Excelente texto! Explicativo e, ao mesmo tempo, agradável de ler. Que bom aprender que nem todo fragmento de texto é um microconto.!